terça-feira, 25 de maio de 2010

CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

A informação tem estado presente na vida dos indivíduos desde o início dos tempos, sobretudo nos contatos com o meio em que estão inseridos, que são representados pelas manifestações da natureza propriamente e de outros indivíduos. Nos últimos tempos, a informação é considerada recurso fundamental e obrigatório, ganha importância e credibilidade nos diferentes setores econômicos e sociais e denomina a era em que vivemos de formas variadas: sociedade da informação, sociedade do conhecimento, era da informação, entre outras.

No ambiente organizacional a informação e a interação entre os indivíduos são elementos essenciais para a criação do conhecimento, elementos esses que integram um processo contínuo que intensifica o ambiente competitivo e culmina na inovação. São também elementos desse processo de criação do conhecimento a interação e o compartilhamento entre os atores, além desses elementos, Choo (2003) ressalta que para impulsionar o conhecimento organizacional é importante que a organização tenha uma visão clara do que é e do que quer ser em relação à sua indústria, ao seu mercado, ou à sua comunidade.

Para Choo, a organização do conhecimento apreende informação e conhecimento e os utiliza para ganhar competências, compreender bem seu ambiente e suas necessidades, enfim, emprega-os para agir com inteligência, sagacidade e criatividade. Quando, a organização do conhecimento, gerencia os recursos e processos informacionais, desenvolve capacidade para se ajustar as mudanças ambientais, para aprender a aprender e adequar-se a novos pressupostos e paradigmas, e incorporar o conhecimento dos atores organizacionais e transformá-los em ação – em inovação.

Organizações que aprendem estão capacitadas a construir e compartilhar conhecimentos, transformando comportamentos que passam a refletir esses conhecimentos. Para compreender como ocorre o processo de aprendizagem na organização, para Garvin (1993), é imprescindível entender como ocorre a interação e as relações de poder, identificando formas de expressão ou de dissimulação por meio das práticas do dia-a-dia e da simbologia que a cerca.

As organizações são repositórios para o conhecimento que está, cada vez mais, presente nos processos e rotinas dos negócios. A base do conhecimento organizacional inclui suas competências tecnológicas assim como o conhecimento das necessidades dos clientes e as capacidades dos fornecedores. Essas competências refletem habilidades e experiências individuais, bem como distintos caminhos para realizações dentro das organizações. As competências são difíceis de adquirir e de ser postas, efetivamente, em prática no mercado, mas quando isso ocorre, podem tornar-se a base da vantagem competitiva.

A essência das organizações está em suas habilidades para criar, compartilhar, reunir, integrar e explorar ativos do conhecimento. Para Teece (1998) ativos do conhecimento apóiam competências, e competências, por sua vez, são à base da produção de bens e serviços. A capacidade efetivada das organizações para perceber e aproveitar oportunidades, para reconfigurar seus ativos de conhecimento, suas competências e seus ativos complementares, para selecionar apropriadamente formas organizacionais e astutamente alocar recursos, constitui sua verdadeira capacidade dinâmica.

Cada vez mais, a criação de conhecimento ocorre em ambientes virtuais. Esse ambiente sofre alterações importantes, quando comparado ao ambiente físico, as condições para a interação social acontecem em circunstancias e ambientação distinta das tradicionais: o tempo e o lugar são separados, a realidade torna-se abstrata, as pessoas têm mais controle sobre como elas se projetam, e novas formas de relacionamento emergem. À luz disto, Tsouka (2009) pergunta, que diferença faz a virtualidade para a criação de conhecimento? Só contribui.

O lado atraente de todo esse quadro delineado é a possibilidade do know-how, do conhecimento e da informação serem compartilhados e acrescidos pelas experiências individuais, para construir competências e modificar os estoques individuais e coletivos de conhecimento, em que o aprender a aprender move as pessoas em direção a novas perspectivas, independente do ambiente em que isso acontece.

Referências

CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003.
GARVIN, David A. Building a learning organization. Havard Business Review, v.71, n.4, p.78-91, Jul./Aug. 1993.
TEECE, David J. Capturing value from knowledge assets: the new economy, markets for know-how, and intangible assets. California Management Review, v.40, n.3, p.55-79, 1998.
TSOUKA, Haridimos. A Dialogical Approach to the Creation of New Knowledge in Organizations. Organization Science, v.20, n.6, p.941-957, Nov./Dic. 2009.

Por: Maria Inês Tomaél - Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais, professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4701549U5

domingo, 23 de maio de 2010

CALENDÁRIO DAS DEFESAS DE DISSERTAÇÃO DO MPGI

Dia : 25/05/2010 Horário: 15h30 Local: Sala 683/CECA

Defesa de dissertação da mestranda LUCIANE DE PAULA SOUTELLO KOETZ
Título: Recursos informacionais como suporte às atividades de gestão da informação em instituições de Ensino Superior a Distância
Banca examinadora: Profa. Dra. Maria Júlia Giannasi-Kaimen (orientadora); Profa. Dra. Ana Esmeralda Carelli (CIN/UEL); Prof. Dr. Marcos Baptista Lopez Dalmau (UFSC).

Dia: 28/05/2010 Horário: 9h00 Local: Sala 683/CECA

Defesa de dissertação da mestranda FABIANA REGINA BORELLI AMORIM
Título: O Compartilhamento de Informações por Sistema Baseado em Computador: estudo na Prefeitura do Município de Londrina
Banca examinadora: Profa. Dra. Maria Inês Tomaél (Orientadora); Profa. Dra. Terezinha Elisabeth da Silva (CIN/UEL); Prof. Dr. Alvaro José Periotto (ADM/UEM)

Dia: 28/05/2010 Horário: 14h00 Local: Sala 683/CECA

Defesa de dissertação da mestranda VALÉRIA M. G. SQUARIO DA SILVA
Título: Sistemas de informação no contexto da gestão hospitalar: um estudo no Hospital Universitário de Londrina
Banca examinadora: Profa. Dra. Terezinha Elisabeth da Silva (Orientadora); Profa. Dra. Maria Inês Tomaél (CIN/UEL); Prof. Dr. Alvaro José Periotto (ADM/UEM)

Dia: 10/06/2010 Horário: 9h00 Local: Sala683/CECA

Defesa de dissertação da mestranda IZANGELA MARIA S. TONELLO DE OLIVEIRA
Título: Processos de análise e síntese na organização de fotografias: um estudo multidisciplinar
Banca examinadora: Profa. Dra. Rosane S. Álvares Lunardelli (orientadora); Profa. Dra. Brígida M. Nogueira Cervantes (CIN/UEL); Prof. Dr. Paulo de Tarso Galembeck (UEL/CCH/Depto. Letras Vernáculas)

Dia: 25/06/2010 Horário: 16h00 Local: Sala 645/CECA

Defesa de dissertação do mestrando PAULO KIYOSHI NISHITANI
Título: Gestão documental em agências bancárias: estudo de caso em um banco da cidade de Londrina.
Banca examinadora: Profa. Dra. Nádina A. Moreno (orientadora); Profa. Dra. Rosane S. Álvares Lunardelli (CIN/UEL); Profa. Dra. Marta Lígia Pomim Valentim (UNESP Campus Marília/Depto. Ciências da Informação).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A INFLUÊNCIA DA CENSURA NO DESENVOLVIMENTO DAS COLEÇÕES DE MATERIAIS DE INFORMAÇÃO

A censura consiste em um conjunto de esforços no sentido de vetar o acesso das pessoas a algo que possa ser lido, visto ou ouvido (BOAZ, 1970). Esses esforços podem ter origens diversas, inclusive legais. Mas normalmente este veto é justificado por razões políticas, morais, ideológicas, religiosas, culturais etc. Podemos pensar que censura é característica dos estados totalitários, e de fato é, mas nas sociedades livres a censura não oficial também se manifesta. Na verdade, ainda que a censura tenha estado presente de forma mais acentuada em determinados momentos históricos, a censura explicita ou não sempre acompanhou a geração da informação. Ela é um problema antigo ainda não equacionado. Na história do Brasil um período de muitas restrições com relação à liberdade na formação e desenvolvimento de coleções das bibliotecas foi de 1964 a 1984, período em que o país foi governado por militares.

Muito se fala e se falou sobre obras censuradas no Brasil durante o regime militar. Mas há um silêncio pouco explicado com relação à censura dos acervos das unidades de informação brasileiras. No entanto, sabemos que a censura agiu trancando livros e periódicos em armários, proibindo a edição de livros de autores e de editores com ideologias contrárias ao regime vigente. Um dos editores perseguidos foi Enio Silveira da Civilização Brasileira que além da perseguição política, sofreu restrições de créditos e outros embargos, o que comprometeu o seu trabalho como editor.

Logo após o golpe de 1964, o Brasil teve um ministro da Educação, ex-reitor de uma importante universidade brasileira, que demonstrou a sua preocupação com a leitura de toda a nação e como conseqüência milhares de livros foram confiscados de livrarias e editoras pelas mais diversas razões: por falarem de comunismo, pelo autor ser considerado pessoa perigosa para o regime vigente, por serem traduções do russo ou “porque as capas dos livros eram vermelhas”. E, como já mencionado, um dos alvos principais da prática de confisco, eram as obras editadas pela Civilização Brasileira.

É claro que essas práticas de proibições e confiscos, influenciaram o desenvolvimento de coleções das bibliotecas brasileiras que não só tiveram que retirar, por ordem de alguém, obras consideradas nocivas ao regime das prateleiras, como foram impedidas de adquirir publicações que, embora desejadas por seus usuários, nunca chegaram a ser incorporadas ao acervo pelo fato de terem sido confiscadas após a publicação ou até mesmo impedidas de serem editadas e distribuídas.

Mas essa é a censura que coloca o bibliotecário em certa zona de conforto. É fácil explicar para o usuário que a obra x não foi adquirida porque ela está proibida no país. O bibliotecário sai da zona de conforto quando tem que explicar a um usuário que a obra y não foi adquirida porque a instituição mantenedora da instituição é contrária à religião discutida na obra ou porque ele próprio, bibliotecário, não adquiriu certa publicação por considerá-la pouco educativa ou não apresentar os padrões de uma obra considerada de qualidade. Evans destaca entre os princípios de desenvolvimento de coleções que esse processo foi, é e sempre será subjetivo. A intervenção dos valores pessoais do selecionador no desenvolvimento de coleções nunca poderá ser completamente evitada. O problema difícil de ser equacionado é quando essa intervenção ultrapassa os limites da seleção estabelecidos na política de desenvolvimento de coleções e se configura como um caso de censura do bibliotecário.

É importante ressaltar, portanto, a diferença entre censura e seleção em bibliotecas. Nos dois casos ocorre um processo de rejeição, mas enquanto na censura a rejeição de uma obra se dá por motivos externos à instituição em que a biblioteca está inserida, como razões de caráter religioso, político, ideológico entre outros, na seleção ela ocorre por motivos que estão dentro da biblioteca, como os seus usuários, os critérios de seleção estabelecidos na política de desenvolvimento de coleções, os recursos disponíveis, o acervo já existente além de outras especificidades internas.

A política de desenvolvimento de coleções das bibliotecas pode amenizar possíveis atos de censura por parte dos bibliotecários, pois ela apresenta os critérios que norteiam o desenvolvimento do acervo, mas a comunidade usuária pode desempenhar papel inverso quando pressiona a biblioteca para que retire obras controvertidas do acervo. É a chamada censura dos usuários, a mais difícil de ser combatida, pois quando o bibliotecário cede as pressões de um grupo de usuários fatalmente estará desrespeitando outro grupo que deseja ter acesso a tais obras. Vale lembrar que os livros proibidos no regime militar, em muitos casos, foram alvo de denuncias que partiram de pais, professores e associações diversas. Portanto, não é só o Estado, a religião ou o bibliotecário que pratica a censura, mas principalmente a sociedade como um todo, sempre que se sente ameaçada.

Por isso, embora a censura tenha influência comprovada no desenvolvimento de coleções, ela deve ser combatida sempre, pois o bibliotecário deve se lembrar do seu compromisso no sentido de garantir a todos os usuários o livre acesso à informação, mesmo que ele não concorde absolutamente com ela.

Por: Ivone Guerreiro Di Chiara. Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Biblioteconomia, professora do Curso de Biblioteconomia da Universidade Estadual de Londrina.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

FOLKSONOMIA NO ÂMBITO DA WEB 2.0: ARQUITETURA DE PARTICIPAÇÃO.

Desde sua criação a Web tem adicionado novos serviços e funcionalidades que, cada vez mais, permitem que os seus usuários participem de forma ativa na construção e organização dos seus conteúdos. De fato, é num contexto de alterações sociológicas que surge o conceito de Web 2.0.

Tim O’Reilly define a Web 2.0 como a Web funcionando como uma plataforma. As aplicações Web 2.0 são aquelas que fazem: distribuição de softwares atualizados constantemente, utilização e reorganização de dados de múltiplas fontes pelos usuários individuais que, por sua vez, fornecem seus próprios dados e serviços para que sejam reorganizados por outros, assim criando uma “arquitetura da participação” indo além da metáfora da página da Web 1.0 para permitir a efetiva colaboração dos usuários.(http://oreilly.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web-20.html).

Dentre as diversas evoluções que estão ocorrendo na Internet, destaca-se o que pode ser considerado como um novo paradigma para a organização dos recursos na Web: a possibilidade de os próprios usuários participarem na organização. Neste novo paradigma surgem as Folksonomias.

Folksonomia é a tradução do termo folksonomy criado em 2004 por Thomas Vander Wal, a partir da junção de folk (povo, pessoas) com taxonomy. Para Wal, Folksonomia é o resultado da atribuição livre e pessoal de etiquetas (tagging) a informações ou objectos (qualquer coisa com URL), visando à sua recuperação (http://www.vanderwal.net/random/entrysel.php?blog=1750). A atribuição de etiquetas é feita num ambiente social (compartilhado e aberto a outros). O ato de etiquetar é do próprio utilizador da informação que etiqueta o recurso da Web.

Existem vários conceitos que estão relacionados com Folksonomia, tais como: Bookmarking, Social Bookmarking, Social Classification, Tagging, entre outros. Uma discussão em torno destes conceitos é apresentada num artigo publicado em 2007 por Catarino e Batista (http://www.dgz.org.br/jun07/Art_04.htm).

Existe um senso comum a respeito das Tags, de que elas servem para representar o assunto, tema ou conteúdo dos recursos. Mas o certo é que estas tags têm funções muito variadas. Ou seja, a atribuição de tags pode servir tanto para a representação temática (assunto) quanto para descrição física (título, editora, data, etc) além de representar outros aspectos relativos às funcionalidades e ou relações deste recurso para o seu utilizador (como por exemplo a avaliação do recurso sobre o ponto de vista do usuário quanto ao nível intelectual ou qualidade). Alguns estudos mostram que as tags podem ser inovadoras neste sentido, ver: http://hdl.handle.net/1822/9564, http://hdl.handle.net/1822/8167 e http://hdl.handle.net/1822/6881.

E por fim, existem vantagens e desvantagens na adoção de folksonomias para a descrição de recursos. A vantagem da folksonomia está na liberdade de expressão que possibilita a descrição dos recursos da Web conforme a visão dos seus próprios usuários. E a desvantagem está também focada na falta de controle de vocabulário. A liberdade de atribuição de etiquetas faz com que diminua o índice de precisão na recuperação da informação, pois um mesmo termo pode ter significados diversos para os vários usuários que as atribuíram.

As folksonomias, com suas vantagens e desvantagens, estão definitivamente inseridas na Web. Atualmente é bastante comum encontrar sites que permitem a atribuição de etiquetas aos recursos. Sites como por exemplo o gerenciador de Bookmarks / Favoritos - Delicious (http://delicious.org) -, o gerenciador de referências online - Connotea (http://www.connotea.org ) – e o site de compartilhamento de vídeos, o Youtube (http://www.youtube.com), entre outros, possibilitam aos usuários o uso de Tags para a organização dos recursos.

É certo que a organização dos recursos pelos e para os usuários já faz parte do dia a dia dos internautas. Este fato traz para os profissionais que atuam na organização e recuperação da informação da Web novos rumos pois a adoção de folksonomias permite compreender a informação sob o ponto de vista do próprio usuário, agregando valor à descrição e consequentemente ampliando as possibilidades de recuperação.em

Por: Maria Elisabete Catarino. Chefe do Departamento. Doutora em Tecnologias e Sistemas de Informação pela Universidade do Minho/Portugal (2010). Mestre em Adminsitração de Bibliotecas na PUC/CAMPINAS (1999).

terça-feira, 4 de maio de 2010

MESTRADO PROFISSIONAL : CALENDÁRIO DAS DEFESAS PARA MAIO

O Mestrado Profissional do Departamento de Ciência da Informação, disponibiliza as datas das primeiras defesas do Programa.

Nome completo: Luciane de Paula Soutello Koetz
Título da dissertação: Recursos informacionais como suporte às atividades de gestão da informação em instituições de Ensino Superior a Distância
Orientadora: Prof.a Dra. Maria Júlia Giannasi-Kaimen
Banca Titular: Profa. Dra. Ana Esmeralda Carelli (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação)
Prof. Dr. Marcos Baptista Lopez Dalmau (Universidade Federal de Santa Catarina)
Banca Suplente: Profa. Dra. Maria Inês Tomaél (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação Profa. Dra. Samira Kfouri (UEL/CECA /Departamento de Educação)
Data da defesa: 25 de maio de 2010
Horário: 15h30
Sala: 683 CECA (Prédio Novo)


Nome completo: Fabiana Regina Borelli Amorim
Título da dissertação: O compartilhamento de informações por sistema baseado em computador: estudo na prefeitura do município de Londrina
Orientadora: Profa. Dra. Maria Inês Tomaél
Banca Titular: Profa. Dra. Terezinha Elisabeth da Silva (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação)
Prof. Dr. Alvaro José Periotto (Universidade Estadual de Maringá - UEM)
Banca Suplente: Profa. Dra. Maria Elisabete Catarino (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação)
Prof. Dr. Ricardo César Gonçalves Santana (UNESP - Campus Marília)
Data da defesa: 28 de maio de 2010
Horário: 09h00
Sala: 683 CECA (Prédio Novo)


Nome completo: Valéria Maria Gataz Sguario da Silva
Título da dissertação: Sistemas de informação no contexto da gestão hospitalar: um estudo no Hospital Universitário de Londrina
Orientadora: Profa. Dra. Terezinha Elisabeth da Silva
Banca Titular: Profa. Dra. Maria Inês Tomaél (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação)
Prof. Dr. Alvaro José Periotto ( Universidade Estadual de Maringá - UEM)
Banca Suplente: Profa. Dra. Nádina Aparecida Moreno (UEL/CECA /Departamento de Ciências da Informação)
Prof. Dr. Pedro Paulo da Silva Ayrosa ( UEL/CCE/ Departamento de Computação)
Data da defesa: 28 de maio de 2010
Horário: 14h00
Sala: 683 CECA (Prédio Novo)

Fonte: Francielle secretaria do MPGI

O QUE É O CIBERESPAÇO?

Esse texto é uma síntese de um artigo que investiga o termo, a definição e o conceito do ciberespaço, conforme referência. Como tal, apresenta as principais ideias sobre esse objeto, de forma a ilustar, em poucas palavras, a complexidade do tema em tela.
Com efeito, discorrer ou conceituar o ciberespaço não é tarefa fácil em face de sua incipiência e a característica metamórfica de suas obras e, sobretudo, porque o virtual é o seu principal atributo.
Hoje em dia conhecemos um novo espaço de leitura e escrita. As letras – concretas e palpáveis – transformaram-se em bytes digitais; a página em branco é o campo do monitor; a caneta é o teclado. Há, agora, uma estranha separação entre o nosso corpo (real) e o texto (virtual). Até que seja impresso (atualizado), o texto pode ficar indefinidamente nessa virtualidade. É um novo modo de lidar com a escrita, característico de um momento que alguns denominam pós-moderno e outros cibercultura (RAMAL, 2002).
O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está presente em potência, é um espaço desterritorializante. Esse mundo não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O ciberespaço existe em um local indefinido, desconhecido, cheio de devires e possibilidades.
Não podemos, sequer, afirmar que o ciberespaço está presente nos computadores, tampouco nas redes, afinal, onde fica o ciberespaço? Para onde vai todo esse “mundo” quando desligamos os nossos computadores? É esse caráter fluido do ciberespaço que o torna virtual.
Se o ciberespaço está em crescente expansão e, se esse crescimento afeta todas as camadas da sociedade e áreas do conhecimento, se já usufruímos (e cada dia mais) das facilidades propiciadas por esse novo espaço de "disponibilização" de informações, é necessário tornar comum o que tudo isso significa, procurando entender, primeiramente, o que é o ciberespaço e quais suas características.
Podemos entender ciberespaço como um mundo virtual, onde são “disponibilizados” variados meios de comunicação e interação em sociedade. Um universo virtual onde se encontram quantidades massivas de dados, informações e conhecimento em que os textos são "mixados" a imagens e sons, em um hipertexto fluido e cheio de possibilidades, ou seja, um ambiente não físico, mas real, um espaço aberto, cheio de devires, onde tudo acontece instantaneamente, em tempo real e de durabilidade incerta.
Esse mundo virtual caracteriza-se não somente pela representação, mas pela simulação: uma das possibilidades de exercício do real. Mas o ciberespaço não está desconectado da realidade. O virtual não é o oposto do real, é uma forma de realização (existência) em potência, sendo o atual o seu pólo, uma existência em ato.
Ao mergulhar no ambiente do ciberespaço, Cardoso (1997) afirma que o usuário experimenta uma sensação de “abolição do espaço” e circula em um território virtual, transnacional, desterritorializado, no qual as referências de lugar e caminhos que ele percorre para se deslocar de qualquer ponto a outro modificam-se substancialmente, ou até mesmo, chegam a desaparecer.
O ciberespaço, enfim, é uma grande máquina abstrata (conceito deleuziano), semiótica e social onde se realizam não somente trocas simbólicas, mas transações econômicas, comerciais, novas práticas comunicacionais, relações sociais, afetivas e, sobretudo, novos agenciamentos cognitivos.
É um espaço semântico/semiótico, onde o signo se dá em várias semióticas, desterritorializado, nômade, em escrita espacializada e com a memória em constante modificação. Temos que pensar o ciberespaço como uma nova forma/função de produção do conhecimento, de comunicação e de composição da Arte.
Nesse contexto, a Web é seu principal constructo, onde convergem as linguagens e a interoperabiblidade necessária para efetuação das trocas simbólicas. Já a Internet é entendida aqui como a base técnica e operacional do ciberespaço. Dito isso, supomos que a compreensão do ciberespaço é mais ampla que a Web e a Internet.
Com efeito, consideramos a Web, o edifício central do ciberespaço, o hipertexto, a máquina capaz de escrever todas as semióticas, o browser, uma máquina de leitura que possibilita a navegação na rede e por fim as máquinas de busca, que possibilitam, na medida do possível, organizar o conhecimento e a informação, como os principais elementos topográficos do ciberespaço. O ciberespaço, como sabemos, é um ambiente virtual possibilitado pela integração de redes de computadores, a Internet.
Finalizando o texto, de acordo com Cândido, expressões como “Agora Virtual” e “Alexandria Digital” nos ajudam a compreender e ilustram a grandeza desse acontecimento monumental, mas estão longe de esgotar sua compreensão e riqueza. Segundo o autor, nada há, de fato, que se possa realmente comparar, do ponto de vista da experiência cultural humana o “aparecimento” do ciberespaço na sociedade.


REFERÊNCIAS

CÂNDIDO, Celso. A filosofia no ciberespaço. Disponível em: . Acesso em: 03 maio 2010.
CARDOSO, Carlos. Notas para uma geografia do ciberespaço. Pretextos: Jornal Eletrônico da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação,1997. Disponível em: < http://www.facom.ufba.br/pretextos/>. Acesso em: 08 set. 2005.

MONTEIRO, Silvana Drumond. O ciberespaço: o termo, a definição e o conceito. DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, v. 8, n. 3, p. 1-18, jun./2007. Disponível em: < http://www.dgz.org.br/jun07/Art_03.htm>. Acesso em: 03 maio 2010.
RAMAL, Andrea Cecília. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Por: SILVANA DRUMOND MONTEIRO - Professora Adjunto do Departamento de Ciência da Informação, Universidade Estadual de Londrina. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC- São Paulo.