sexta-feira, 23 de abril de 2010

ARQUIVOLOGIA: MEMÓRIA E INFORMAÇÃO PRESERVADOS

Andréa Prado Souza: documentos devem estar sempre alinhados com as estratégias e metas globais da empresa
''Depósito de papel velho, não é arquivo é depósito de papel velho''. A argumentação é da professora de arquivologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Wilmara Calderon.

A Arquivologia é uma ciência nova, que teve seu início acadêmico em 1977 na cidade do Rio de Janeiro, mas os sistemas de arquivo precedem a 4.000 a.C. No País ao todo são 13 cursos e no Estado, o único é o da Universidade Estadual de Londrina, conta a professora.

O campo de trabalho do arquivista ao contrário do que muitas pessoas pensam não se resume a quatro paredes e a arquivos de aço. ''O arquivo se divide entre a questão da memória e a questão administrativa. É um sistema de informação e abre um leque de locais de trabalho muito amplo como igrejas, farmácias, bancos, estabelecimentos de ensino, hospitais, áreas de recursos humanos e onde mais houver documentos e atividades administrativa que gerem informação'', diz Wilmara.

Digitalização de Prontuários

No Hospital do Câncer de Londrina (HCL) está realidade se cumpre. Está em desenvolvimento um projeto de digitalização dos prontuários dos pacientes. O motivo, segundo a professora de análise documentária da UEL Rosane Lunardelli, é elaborar uma metodologia para essa digitalização, de modo a agilizar a recuperação dos dados, diminuir o risco de perda dos documentos e abrir mais espaços para futuros leitos no HCL. ''O projeto 'Organização da Informação e do Conhecimento Registrado' colabora com a melhoria da estrutura física do hospital. Esses documentos que hoje ocupam um grande espaço, num futuro bem próximo estarão todos digitalizados e certificados pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Serviço Brasileiro de Informática da Saúde que são os órgãos competentes para isso'', afirma Lunardelli.

Mas Wilmara acredita que a profissão só será valorizada quando houver conscientização por parte da sociedade. ''Falta mesmo é a consciência do nosso país da importância da profissão e da significância que a documentação tem na vida do cidadão''. Ela ainda considera que em atos simples como nascer, casar e se aposentar todas as pessoas precisam e recorrem aos arquivos para se documentar. ''Muitas vezes provas processuais advêm de fatos que estão guardados há anos e só são passíveis de recuperação pela dedicação e responsabilidade que o arquivista tem''. Para ela o profissional tem um peso social significativo para a cidadania e democracia do País.

A área mais promissora, segundo a coordenadora, se concentra na área dos concursos públicos. E ela tem razão. Se encontram abertos dois editais para a contratação de arquivistas sendo: Um para o concurso da Defensoria Pública da União que recebe inscrições até 25 de abril, com remuneração para nível superior de até R$ 3.532,95. E o da Universidade Federal do Espírito Santo que recebe inscrições até hoje para o cargo de professor assistente de arquivologia. www.drh.ufes.br

PERFIL DO PROFISSIONAL

Ca­rac­te­rís­ti­cas
  Ter per­so­na­li­da­de fle­xí­vel, gos­tar de or­ga­ni­za­ção, ser ou­sa­do, ter co­nhe­ci­men­tos na ­área de his­tó­ria, gos­tar de se re­la­cio­nar com o pú­bli­co e não ter me­do do no­vo. A pro­fis­são exi­ge de­sa­fios o tem­po to­do.

O que faz

■ Planeja, organiza e dirige serviços de arquivo, desde a identificação dos documentos até a microfilmagem;

■ Oferece orientação para preservar documentos;

■ Desenvolve o layout das estantes e espaços disponíveis para alocação do acervo

da instituição;

■Atende ao público ou empresas no controle de empréstimos de documentos entre outras atividades.

Onde atuar

■ Poder executivo, legislativo e judiciário;
■ Área de recursos humanos de empresas;
■ Hospitais,instituições financeiras, estabelecimentos de ensino;

■Consultorias em igrejas, farmácias, indústrias e diversos outros segmentos.

Sa­lá­rios

  De acor­do com a As­so­cia­ção dos Ar­qui­vis­tas Bra­si­lei­ros (AAB), os sa­lá­rios va­riam en­tre R$ 1,3 mil a R$ 2 mil pa­ra pro­fis­sio­nal re­cém-for­ma­dos e de R$ 3 mil a R$ 5 mil pa­ra ar­qui­vis­tas ex­pe­rien­tes. (K.A)


Kalinka Amorim
Reportagem Local

Fonte: Folha de Londrina, 23/04/2010, Caderno de Economia.

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